ABRALAS, not what you think

Relatarei minha experiência com Abralas, que é dito um "servidor", criado por praticantes da magia do caos.

Não é minha primeira experiência com servidores, e nem com evocações,

Primeiramente contextualizo que à primeira vista fiquei meio surpreso com os relatos e um tipo de devoção meio fanática por parte dos "usuários" do servidor (é extremamente estranho tratar um servidor como um Deus ou se devotar a um -- isso configura um uso do "servidor" dos praticantes, e não o contrário -- fazendo com que a denominação servidor simplesmente não caiba mais). Relatarei abaixo minha experiência e, depois, tentarei descrever minha visão sobre o fato, a entidade e o grupo de "zeladores" que cuidam da egrégora. 

02/06/2017 - 23:30 

Tentei contato, de forma bem informal durante o dia, e nada rolou. Queria experimentar de forma prática & assim o fiz, algumas horas mais tarde: obviamente me resguardei e fiz a evocação; pra minha surpresa, nem sinal de manifestação. Foi algo bem leve, extremamente sutil - nenhum contato imediato. Como de costume, tentei conversar usando o tarô e acabou que rolou um link. Consegui organizar os elementos necessários pra "tarefa" que eu tinha em mente (que envolvia pura e simplesmente tentar DESENTUPIR os caminhos de um projeto meu que aparentemente está cagadíssimo.) No meio da coisa, ele pediu outros elementos e tudo correu bem, ele aceitou as modificações e disse que trabalharia assim. Finalizei a parte do "pedido" e fui utilizar outra função relatada, que é a da função mercurial, na qual ele, enquanto viajante, pode me trazer informações.

Recentemente tive um sonho bizarríssimo e eu queria saber o que estava acontecendo - daí pedi pra ele dar uma leve passada em um local e me trazer as informações. Tive uma surpresa estranhíssima, pois ele me comunicou as coisas de forma interessante, confirmando algumas intuições e contradizendo outras, mas trazendo elementos interessantes. Mas no meio do "diálogo" ele me pareceu CHANTAGISTA, queria a qualquer custo se envolver na situação, como se cobrasse sem antes nem dizer o que ia fazer; coisas como 'você vai se arrepender', 'você vai sofrer por isso'. Disse que não iria envolvê-lo e dei a licença pra ele partir, após bani-lo e tomar as devidas precauções hierárquicas a respeito desse comportamento ridículo. Achei muito estranho esse comportamento, muito esquisito vindo da parte de um servidor.

Hoje, ao olhar o grupo "oficial" do "servidor", percebi que muitas pessoas relataram o fato dele ter enfraquecido de uma hora pra outra; sem êxito, comunicação, etc. Para minha surpresa, os "zeladores" - por que caralhos um servidor precisa de zeladores? Um deles, inclusive, é um charlatão comercial que adora a fama de sábio e magista prático - querem fazer um rito de reconexão com a egrégora, uma vez que ela aparentemente perdeu a eficácia e a intensidade. Agora, teorizarei alguns pontos.

1. O Abralas não é um servidor, apenas serve de mediação para um cascão semiconsciente se alimentar da devoção, atenção e de seus próprios cuidadores que, conscientemente, não percebem que estão sendo obsediados.

ou

1. O servidor é uma bateria criada intencionalmente pelos "zeladores" (putz, isso é ridículo) pra acumular energia, mas parece ter saído do controle.

2. Ele não tem toda essa energia que afirmam ter - me parece mais um tipo de wishful thinking -, não consegue se manifestar de forma intensa nem se comunicar sem a mediação da fé, o que é estranhíssimo para um servidor.

3. Abralas claramente saiu do controle; uma simples visita ao grupo te permite observar um tipo de devoção cega de magistas sem preparo ou consciência do que fazem - aspirantes a magos do caos. Libar a um servidor, tratá-lo como força da natureza e pedir pra ele se "infundir em seu ser" e ajudar a realização de sua Vontade (parece que as pessoas não entenderam que descobrir sua Verdadeira Vontade é um trabalho hercúleo e, olha só, quem o ajuda é o Sagrado Anjo Guardião, e não um cascão astral semiconsciente) é simplesmente patético. E ele parece adorar esse tipo de comportamento, uma vez que tentou me chantagear pra que eu libasse frequentemente pra ele.

4. Ele talvez não seja um proxy de um cascão, mas sim de uma entidade, de fato, "não-doutrinada", "pagã" como se costuma dizer em círculos afro-brasileiros. Ela pode ter aproveitado o despreparo na criação do servidor e pulado de algum dos zeladores e aceitado ser adorado, mesmo com um nome diferente.

5. Servidores não precisam ser cuidado, não manifestam personalidades e, muito menos, tem opiniões. NEM CHANTAGEIAM PESSOAS. Servidores são construtos artificiais, elementais, tulpas, sem essência espiritual - são, acima de tudo, mecânicos, funcionando apenas para realizar tarefas pontuais. O fato dele se manifestar de forma diferente da programada é indício de que algo deu errado.